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Queiroz Galvão representa 'toda espécie de crime' da Lava Jato, diz procurador

A força-tarefa da Operação Lava Jato concedeu coletiva na manhã desta terça-feira (2), para explicar os detalhes da 33ª fase da Operação Lava Jato, chamada Resta Um, com foco em dirigentes e funcionários da Queiroz Galvão e do consórcio Quip S/A. Para o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, a Queiroz Galvão representa "todos os pecados, todas as espécies de crime" da Lava Jato.

Tais crimes seriam os pagamentos via caixa 1, caixa 2, corrupção efetiva através de Alberto Youssef, manutenção de funcionários no exterior e obstrução de investigações, como na CPI de 2009, por meio do tucano Sérgio Guerra.

Os investigadores frisaram que os pagamentos seriam para a campanha do ex-presidente Lula em 2006, mas depois apontaram que há uma série de doações eleitorais, por intermédio de Alberto Youssef, com o envolvimento de "três ou quatro parlamentares" que, contudo, não são alvo desta operação. Segundo a delegada Renata da Silva Rodrigues, a investigação sobre doações eleitorais da campanha de 2006 ainda está em andamento.

Das 32 ordens judiciais, dois mandados não foram cumpridos, de acordo com o delegado Igor Romário de Paula. O ex-presidente da construtora Ildefonso Colares Filho e o ex-diretor Othon Zanoide de Moraes Filho foram presos preventivamente. Eles comandavam o esquema de propinas na empresa. Os dois chegaram a Curitiba no final da tarde. Moraes ainda teria um posto no grupo Queiroz Galvão, mas Ildefonso Colares Filho teria se desligado.

Sobre o nome dado a nova fase da Lava Jato, "Resta Um", uma referência à investigação do papel da Queiroz Galvão -- a última das maiores empresas identificadas como parte integrante da chamada “Regra do Jogo” --, a delegada Renata da Silva Rodrigues afirmou que ele não significa que a operação esteja perto do fim. Ela garantiu ainda que as declarações sobre corrupção na construtora foram corroboradas por provas documentais.

A delegada disse que houve propina disfarçada em doações eleitorais, contratos simulados com Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, entre outros, em movimentações financeiras "bastante impressionantes". Houve pagamento de propina na Diretoria de Serviços de Petrobras, sob a chefia de Pedro Barusco.

Conforme destacou a delegada, a equipe contou com a ajuda de um vídeo "revelador" da CPI, que mostra o modus operandi dos investigados na intenção de obstruir as investigações.

Durante a coletiva, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que ainda resta muito a ser feito pela Lava Jato, e que o dia de todos os investigados "vai chegar". Lima contou que houve dificuldades na investigação da Queiroz Galvão, mas que hoje os trabalhos estão maduros.

A procuradora Jerusa Burmann Viecili, por sua vez, ressaltou que o fato de a Queiroz Galvão já ter se envolvido em casos anteriores de corrupção mostra como é "falho" o sistema de justiça criminal brasileiro.

De acordo com os investigadores, a Queiroz Galvão movimentou pelo menos R$ 7,5 milhões em doações eleitorais, mais contratos de R$ 250 mil,  um contrato de R$ 1,2 milhão e um contrato simulado de R$ 500 mil. Os pagamentos a Pedro Barusco ainda não foram totalmente rastreados, mas já foram identificados R$ 24 milhões para Renato Duque, de 2010 a, pelo menos, 2013. 

Com o consórcio Quip, ao esquema movimentou pelo menos US$ 900 mil. A delegada Renata da Silva Rodrigues apontou que a Quip era uma "continuação" da Queiroz Galvão para serviços de propina e lavagem de dinheiro.

Prejuízos com novo feriado olímpico po­dem chegar a R$ 1 bilhão em um dia

Decreto inesperado colabora para rombo na economia, prejuízo total chega a R$ 2,5 bi

O decreto de última hora de mais um feriado pelo prefeito Eduardo Paes, no calendário dos Jogos Olímpicos, aumentará ainda mais o rombo na economia da capital. Um levantamento do Jornal do Brasil mostra que os prejuízos podem chegar a R$ 1 bilhão em apenas um dia. 

Com os quatro feriados já decretados, os diversos setores da economia (comércio, indústrias e serviços, por exemplo) perderão aproximadamente R$ 2,5 bilhões. De acordo com cálculos do economista Renê Garcia, feriados programados com maior antecedência, como os outros três feriados olímpicos, provocam rombos diários de R$ 480 milhões, mas, no caso do novo decreto, a estimativa é que o prejuízo seja dobrado. Ele explica:

"Dado o fato de que o feriado de quinta-feira foi decretado inesperadamente, com apenas dois dias de antecedência, a possibilidade de compensação é muito prejudicada ou nula. Esta é uma diferença importante entre feriado planejado e não planejado", explica Garcia, economista-diretor da RG&A Consultores Associados, professor da PUC-Rio, ex- secretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e ex-presidente da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP).

Economista afirma que nem todos os setores da economia conseguem compensar feriados

Com PIB nominal de R$ 250 milhões em 2015 e a subtração de quatro dos 252 dias úteis ao ano, o prejuízo diário pode chegar a R$ 1 bilhão. O economista informa, porém, que quase sempre os diferentes setores conseguem fazer um planejamento e esse rombo diário pode ser reduzido a até R$ 480 milhões, em contas mais otimistas. "No caso desse feriado não planejado, decretado bem em cima da hora, vai ser como se o dia 4 de agosto tivesse simplesmente sumido do calendário. De todo modo, o prejuízo com os quatro dias é bastante considerável", afirma Garcia.

Segundo ele, as compensações se dão, por exemplo, com setores que funcionarão com maior força nas próximas três semanas da Olimpíada, como é o caso dos serviços em turismo. "Esses setores provocam algum alívio e amenizam o impacto na economia, mas eles não resolvem o problema de empresários que estão em outros ramos da economia da capital fluminense", argumenta o economista.

Mineiros que fica­ram em aeroporto de Miami por três dias devem voltar a BH

O grupo de 50 pessoas devem embarcar na noite desta terça-feira com destino ao Rio de Janeiro. Em seguida, turistas seguem para BH

Mães usam perfil de agência de turismo em uma rede social para cobrar respostas (foto: Facebook/Reprodução)


O grupo de adolescentes mineiros que ficou mais de 50 horas aguardando no Aeroporto Internacional de Miami para voltar a Belo Horizonte deve deixar os Estados Unidos na noite desta terça-feira. Segundo a companhia American Airlines, os estudantes vão deixar o terminal no voo AA 905, com destino ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, com conexão para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A previsão de chegada é às 11h20 (horário de Brasília) desta quarta-feira.
A saga dos jovens começou no último sábado. O grupo estava em Nova York e seguiria viagem para Miami, de onde partiria para Belo Horizonte. Segundo Sérgio Fulgêncio, diretor da Greentours, agência responsável pela viagem, o primeiro voo sairia às 17h20 do terminal nova-iorquino, porém, por causa do mau tempo, decolou às 19h33. “O avião pousou 22h45, sendo que a outra aeronave partiu para o Brasil às 22h10. No dia, estava havendo uma tempestade, inclusive com aviso de enchente. Não levantou voo antes por motivo de segurança”, afirmou.

No perfil da empresa no Instagram, mães usaram uma das postagens para cobrar respostas sobre a situação dos filhos nos EUA. “Notícias do grupo 4 pelo amor de Deus. @greentours, é o mínimo ter um pouco de consideração!”, pediu uma das mulheres. “Concordo. To mt preocupad. (sic) Sem notícias do grupo 4 até agora. Não estou entendendo essa empresa. Quero notícias da minha filha!!!!!”, afirmou outra mãe.
Um pai de Belo Horizonte também procurava notícias da filha e reclamou da situação e da American Airlines. “Mais uma vez uso está instância para falar sobre o desrespeito de empresas com seus clientes”, postou no Twitter. “Minha filha está nos USA com um grupo da Greentours, com volta prevista para domingo (ontem), até agora não embarcaram e sem previsão."
O diretor da agência informou que prestou assistência aos adolescentes e que os pais foram avisados da situação. “Desde os primeiros minutos, os adolescentes estão em um hotel pago pela Greentours dentro do terminal. Pagamos passeios em Miami, fomos à farmácia comprar pasta de dente, desodorante, cuecas, calcinhas e meias para todos, entre outros produtos de higiene. Os pais já receberam mais de 20 mensagens no Whats App enviadas para cada um individualmente, com tudo que está sendo feito. Sem mentiras”, garantiu Sérgio.

Segundo ele, os três monitores da empresa que estavam com o grupo receberam o apoio dele e de um outro diretor que estava em Nova York. “É uma situação complicada, porque é alta temporada e muitos voos estão cheios de americanos embarcando para o Brasil, por isso não conseguiam realocar os passageiros”, comentou o diretor.

Na tarde desta terça-feira, um novo voo foi encontrado para transportar os adolescentes. “Os passageiros que tinham conexões em Miami para o aeroporto internacional de Belo Horizonte foram reacomodados e partem no voo AA 905 de hoje, com destino ao aeroporto internacional do Rio de Janeiro e conexão para Confins, programado para às 11h20 (Horário de Brasília). Todos os passageiros estão recebendo assistência”, disse a American Airlines.
A empresa explicou que o voo AA 1366, de 30 de julho, do Aeroporto de LaGuardia, em Nova York, com destino Aeroporto internacional de Miami, sofreu atraso devido ao mau tempo. A empresa informou que todos os voos para o Brasil estão operando com total capacidade.

Mulher é presa no Rio tentando embarcar com criança dentro de mala

Ela foi abordada por policiais depois que um passageiro, que estava na Praça de Alimentação da rodoviária, viu uma das mãos do menino saindo da mala

 

Rio - Uma mulher foi presa, na noite da segunda-feira, 1, tentando embarcar com uma criança de 11 anos dentro de uma mala, na Rodoviária Novo Rio, na zona norte da cidade. Ela foi abordada por policiais depois que um passageiro, que estava na Praça de Alimentação da rodoviária, viu uma das mãos do menino saindo da mala.
A mulher, identificada como Natasha Vitoriano Souto, de 23 anos, foi presa em flagrante por policiais do Batalhão em Áreas Turísticas, por volta das 20h40.
Ela informou aos PMs que o menino era morador de rua e vítima de violência e que, por isso, o levaria para morar com ela em Curitiba, Paraná. Um vídeo gravado por policiais mostra Natasha sendo conduzida e abrindo uma mala, de onde sai a criança. Após ele sair, o menino senta-se do lado de Natasha, em um banco, e a mulher explica a situação.
“Eu ia levá-lo para a minha casa. Eu encontrei ele na rua e ele me pediu 'pelo amor de Deus me adote'. Ele tem uma história de vida muito triste. Se você perguntar ele vai dizer. Isso aqui (aponta para o pescoço do menino) mostra que ele apanhava. Ele foi adotado por uma família por um ano e depois eles o abandonaram como se ele não fosse nada”, disse.
Quando questionada por policiais se agindo daquela maneira ela achava que adotaria a criança, a mulher responde que sim. “Eu sei que não escolhi a melhor forma”, afirmou, acrescentando que comprou livros e roupas para o menino.
Natasha foi levada para a 5ª Delegacia de Polícia (Mem de Sá) e indiciada pelo crime de subtração de criança ou adolescente, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. O delito tem como pena reclusão de dois a seis anos e multa. O menino foi encaminhado ao Conselho Tutelar.

Olimpíada: preços em bares no Mineirão sobem, e tropeiro estará 66% mais caro; veja valores

Pão de queijo, cachorro-quente, cerveja, refrigerante e água também serão comercializados por preços maiores que os praticados em dias de jogos de clubes

A partir desta quarta-feira, dia das primeiras partidas do futebol feminino olímpico em Belo Horizonte, serão praticados novos preços nos bares do Mineirão. Em relação aos jogos de clubes realizados no estádio, os valores de comidas e de bebidas subiram, como mostra o gráfico abaixo.

Tabela de preços que serão praticados no Mineirão durante a Olimpíada

O tradicional feijão tropeiro, por exemplo, passará de R$12 para R$20 - o que equivale a um aumento de 66,6%. Na Copa das Confederações, em 2013, o valor cobrado também foi de R$12. Em 2014, durante a Copa do Mundo, o prato custava R$15.

Outra comida típica da culinária mineira, o pão de queijo valerá o dobro. Enquanto em dias de jogos ele sai a R$4, durante a Olimpíada será comercializado por R$8. O pão de queijo não estava no cardápio oferecido nas partidas da Copa das Confederações e da Copa do Mundo.

Os valores das bebidas também subiram. A garrafa de água mineral de 500 ml custou R$6 nos grandes eventos de 2013 e 2014. Na Olimpíada, valerá R$8. Em jogos comuns, vende-se o copo de 200 ml por R$4.

A cerveja nacional de 473 ml custará R$13 nos Jogos Olímpicos. Na Copa das Confederações, o valor cobrado foi R$9. No Mundial, R$10. Em dias de jogos dos clubes, a versão de 350 ml de cerveja é vendida por R$6.

O refrigerante de 600 ml, por sua vez, passou de R$6 em 2013 para R$8 em 2014. Na Olimpíada, o valor cobrado será ainda maior: R$10. A versão comercializada durante partidas de clubes (350 ml) custa R$6.

Os preços de pizza, sanduíche, cachorro-quente, pipoca e salgados também aumentou. Veja a relação de valores que serão praticados durante os Jogos Olímpicos na foto acima.

Ao som de Tim Maia, aplicativo lem­bra você de acender o farol nas rodovias

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/tecnologia/2016/08/02/interna_tecnologia,542832/ao-som-de-tim-maia-aplicativo-lembra-voce-de-acender-o-farol-nas-rodo.shtml

O app "Acenda o farol" ajuda os motoristas esquecidos a evitar a multa de R$ 85,13, além de quatro pontos na carteira

O cantor Tim Maia não só serviu de inspiração como "emprestou" a sua voz para lembrar os motoristas de acenderem o farol nas rodoviais também durante o dia. O aplicativo "Acenda o farol", que ganhou o mesmo nome da canção do músico, ajuda o condutor a cumprir a lei federal recém-implementada em 19 de julho.

A ferramenta funciona com o auxílio do GPS e, assim que o veículo se aproxima de uma estrada, o app emite um alerta com a canção "Acenda o Farol", de Tim Maia. Está disponível para baixar em Iphones e Androids, e o download é gratuito.

Quem desobedecer a Lei Federal nº 13.290 comete infração média e é multado em R$ 85,13, além de perder quatro pontos na carteira de habilitação. No DF, boa parte das vias, mesmo dentro da cidade, são rodovias, como o Eixo Rodoviário, a Estrutural, a L4 e a Estrada Parque Taguatinga, entre outras.

No Distrito Federal

Praticamente todas as vias do DF serão enquadradas pela lei, incluindo algumas que cortam o Plano Piloto, a exemplo da L4 (DF-004), da Epia (DF-003) e dos eixões Sul e Norte (DF-002). É o caso também da EPTG (DF-085), da EPNB (DF-075), da Estrutural (DF-095), da Epig (DF-011) e da EPGU (DF-051), no lado sul do DF. Também a EPJK (DF-027) para os motoristas que trafegam em direção ao Jardim Botânico e São Sebastião e a BR-020, que atende os moradores de Sobradinho e Planaltina. 

Bolt ironiza rótulo atribuído a favelas e convida crianças cariocas para trei­no: 'Nosso futuro'

http://www.df.superesportes.com.br/app/noticias/especiais/olimpiadas/jogos2016/jogos2016-noticias/19,908,1,1715/2016/08/02/noticia-jogos2016,340841/bolt-ironiza-rotulo-atribuido-a-favelas-e-convida-criancas-cariocas-para-treino-nosso-futuro.shtml

Do Rio de Janeiro, jamaicano publicou foto de visita nas redes sociais

They say these children are from the most dangerous communities (Favelas) here in Rio. They are our Future and I'm very happy I got to meet them #Rio2016

Se para jornalistas e torcedores o acesso a Usain Bolt é considerado uma tarefa quase impossível, para dezenas de crianças cariocas, o sonho de conhecer o hexacampeão olímpico se tornou realidade na manhã desta terça-feira. E melhor: o convite para uma visita ao local de treino partiu do próprio jamaicano.

Bolt visitou crianças moradoras de uma favela na região da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, nos arredores do CT utilizado pela delegação de atletismo da Jamaica. Em meio a fotos e pedidos de autógrafo, o astro aproveitou para publicar uma imagem em suas redes sociais. Na legenda, Bolt ironizou o rótulo de 'perigoso' atribuído às favelas e se disse feliz por conhecer as crianças cariocas.

"Eles dizem que essas crianças são das comunidades mais perigosas (favelas) aqui no Rio. Elas são nosso futuro e eu estou muito feliz por tê-las conhecido", afirmou.

Usain Bolt segue os treinamentos no Centro de Educação Física da Marinha (Cefan). A delegação da Jamaica se mudará para a Vila Olímpica nesta quarta-feira, dois dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos.

Comércio fechou 168,8 mil lojas nos últimos 18 meses

http://blogs.correiobraziliense.com.br/vicente/comercio-fechou-1688-mil-lojas-nos-ultimos-18-meses/

A crise econômica bateu fundo no varejo. Não por acaso, somente nos últimos 18 meses, o comércio fechou 168,8 mil lojas, sendo 100,9 mil em 2015 e 67,9 mil no primeiro semestre de 2016. Foi um baque sem precedentes desde que a Confederação Nacional do Comércio (CNC) começou a fazer esse tipo de levantamento, em 2004. No Brasil, existem hoje 700 mil unidades comerciais com registro de pelo menos um empregado.

Segundo o economista Fábio Bentes, da CNC, com tantas lojas fechando as portas, o desemprego no setor disparou. Somente no ano passado, 176,5 trabalhadores do comércio foram demitidos. Em 2016, a previsão é de 267,2 mil tenham o contrato de trabalho rescindindo.

Na opinião de Bentes, não há previsão de recuperação tão cedo para o comércio. Primeiro, porque o desemprego ainda fará muito estrago no orçamento das famílias. Segundo, porque o crédito continuará escasso e caro. Ele prevê que as vendas do varejo terão queda de 5,6% neste ano, tombo maior que o registrado em 2015, de 4,3%.

Mulheres querem mais e melhores informações sobre a zika, diz pesquisa

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil

Em meio a uma epidemia de zika no país, doença que provoca má formação fetal e problemas de desenvolvimento em bebês, mulheres e gestantes reclamam da falta de informação no sistema de saúde, público ou privado, e na imprensa. Para elas, que querem também políticas públicas para exterminar o vetor da doença, o mosquito Aedes aegypiti, e apoiá-las no tratamento, a mídia e os profissionais de saúde acabam gerando angústias ao difundir “sofrimento” e em não dar orientações relevantes.

As opiniões são de grávidas das classes C e D entrevistadas em São Paulo, Recife e João Pessoa, em abril, reunidas em pesquisa do Instituto Patrícia Galvão – Mídia e Direitos, em parceria com o Data Popular e apoio da ONU Mulheres, divulgada hoje (2), no Rio de Janeiro.

Poucas informações

Presquisa informa que as mulheres conhecem as formas de erradicar o mosquito transmissor da zika e de outras doençasArquivo/Agência Brasil

Segundo a pesquisa, mulheres buscam informações sobre a síndrome da zika congênita, que passa da mãe ao bebê, na barriga, mas mesmo nas unidades de saúde, não encontram. “[A consulta] é muito rápida, a maioria nem olha para sua barriga”, disse uma delas.

Muitas saem com dúvidas dos consultórios, sem saber, por exemplo, que podem pegar a doença durante toda a gestação e não apenas nos três primeiros meses – hipótese que chegou a ser cogitada cientificamente, mas já foi afastada – e que devem usar camisinha para evitar o contágio em relações sexuais, mesmo com o próprio parceiro – que pode ter sido picado pelo Aedes aegypti. Falta esclarecer também que a amamentação e vacinas não transmitem o vírus da zika.

Discriminação no atendimento

Na avaliação da médica e pesquisadora Jurema Werneck, da organização não governamental Criola, que foi consultora da ONU Mulheres, é preciso investigar mais por que as mulheres saem das consultas com dúvidas e sugere que há discriminação no atendimento.

“A pesquisa não diz isso claramente, mas cabe levantar, além dos problemas de baixa qualidade ética e humana de muitos profissionais [de saúde], no sentido da relação entre pessoas, no sistema público, privado ou conveniado, cabe ver o que influencia essa baixa qualidade de atendimento”, disse Jurema. “Algumas pesquisas já apontam que, por trás disso está o racismo, a questão geracional – boa parte das grávidas são jovens – e a questão de classe”.

As entrevistadas também confessaram que se sentem sozinhas e angustiadas por terem de se proteger da zika. Elas comentaram sobre a dificuldade de usar o repelente, que é caro e, muitas vezes, causa enjoo, roupas de mangas cumpridas, apesar do calor em algumas regiões, além de terem citado a dificuldade de convencer parceiros a usar preservativos.

Saneamento

Mesmo que faltem informações sobre a doença em si, a pesquisa confirma que as mulheres têm clareza sobre a origem da zika e as formas de erradicar o mosquito transmissor, vetor de outras doenças, como a dengue.

Mais do que campanhas de cuidados domésticos, elas querem, saneamento básico, água potável e coleta de lixo das prefeituras dos municípios onde habitam. Elas já constataram que as áreas com mais pessoas infectadas são aquelas mais pobres em suas cidades.

“As mulheres têm clareza que essa é uma epidemia que tem a ver com os determinantes sociais e de saúde, com responsabilidade dos governos municipais, que tem de fazer algo [para resolver os problemas da falta] de água, de saneamento [de coleta] de lixo”, disse a representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, ao cobrar também mudanças na abordagem de saúde. “Dá para ver que há problemas de distanciamento [no atendimento]”.

Jornalismo no combate à zika

Para apontar caminhos, as entrevistadas cobram uma mudança de viés na cobertura jornalística da doença. Querem menos “sofrimento” das famílias nas telas, jornais, programas de rádios e sites de notícias e mais informações sobre como evitar e lidar com a doença.

“Eles [as mídias] mostram uma parte muito feia, expõem as crianças. Eu boto aquilo na cabeça e fico triste, angustiada. A gente se coloca no lugar das pessoas, daquela mãe, e dá um desespero”, desabafou uma delas.

Nervos à flor da pele e bate-boca durante leitura do parecer do impeachment

Defensores de Dilma Rousseff tentaram atrasar o processo na comissão

Lindberg Farias (PT-RJ) defende Dilma Rousseff na comissão do impeachment - Ailton de Freitas / Agência O Globo

BRASÍLIA — O recesso de 15 dias não arrefeceu os ânimos entre aliados da presidente afastada Dilma Rousseff e os governistas na retomada do processo de impeachment nesta terça-feira na comissão especial do Senado. A leitura do relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) selando o destino da petista levou a muito bate-boca e tentativas frustradas dos senadores Lindbergh Farias (PT-SP), Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM) e Gleisi Hoffman (PT-PR) de atrasar o processo. Prevista para as 12 horas, a leitura do parecer só começou após uma hora e meia de discussão e troca de ofensas.

Lindbergh, Gleisi e Vanessa chegaram afiados. Logo no primeiro minuto, Lindbergh cortou a palavra do presidente Raimundo Lira (PMDB-PB) com a apresentação de uma questão de ordem e dois requerimentos pedindo o adiamento da leitura do relatório de Anastasia e a convocação do procurador do Ministério Público do Distrito Federal, Ivan Cláudio, para que repetisse seu parecer sobre a inexistência de crime de responsabilidade nas pedaladas fiscais.

A partir daí todos falaram, e Raimundo Lira só conseguiu rejeitar a questão de ordem e os requerimentos uma hora e meia depois. Na discussão acirrada, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) chamou Dilma de “criminosa”. Foi o estopim para o bate-boca.

— A presidente Dilma não é uma criminosa! Ela é uma vítima de uma quadrilha liderada por Eduardo Cunha! — protestou Lindbergh.

— Está nos chamando de quadrilheiros? Eu não sou quadrilheiro rapaz! — reagiu, exaltado, o senador José Medeiros (PSD-MT).

— Eu falo o que eu quiser! E o que disse é que Eduardo Cunha lidera uma quadrilha — respondeu Lindbergh.

Mais tarde, irritado com as seguidas decisões de Raimundo Lira dando mais tempo a Lindbergh para falar, o senador Magno Malta (PR-ES) ironizou:

— Esses argumentos me emocionam muito. Estou com medo de começar a chorar!

Após o término da leitura do relatório de Anastasia e quando a senadora Vanessa Grazziotin iria começar a ler o voto em separado da oposição, Lindbergh perdeu as estribeiras e atacou a presidente da Mesa, senadora Ana Amélia (PP-RS), porque ela não permitiu que a leitura fosse feita na mesa.

— Vossa Excelência tem lado, não tem condições de presidir a sessão. Não deveria aceitar presidir a mesa — criticou Lindbergh com a voz exaltada.

— Vossa Excelência se excedeu! A sociedade brasileira sabe como tenho conduzido os trabalhos — respondeu Ana Amélia, igualmente nervosa.

— Baixe a voz! Nos respeite! — continuou Lindbergh.

— Espero que a sociedade brasileira saiba julgar o que está acontecendo aqui nessa sessão — respondeu Ana Amélia, determinando que Vanessa desse início ao voto, da bancada.